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INSS acaba de vez com prova de vida para aposentadorias, pensões e concessão de outros benefícios

Governo vai consultar bases de dados, como renovação de carteira de identidade e passaporte, para detectar ‘movimentos’ do segurado e saber se ele está vivo

O governo federal anunciou nesta quarta-feira que aposentados, pensionistas e outros titulares de benefícios não terão que fazer mais a prova de vida presencialmente. Esse trabalho será feito pelo próprio governo, que consultará bases de dados públicas e privadas para saber se a pessoa continua viva.

O anúncio foi feito durante cerimônia no Palácio do Planalto, na qual o presidente Jair Bolsonaro assinou uma portaria com as novas regras. A prova de vida tem o objetivo de evitar fraudes no pagamento de benefícios. De acordo com o governo, cerca de 36 milhões de pessoas tinham que fazer a medida todos os anos.

— A partir de agora, a obrigação de fazer a prova de vida é nossa, do INSS. Como faremos? Com todas as bases de todos os órgãos do governo — discursou o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), José Carlos Oliveira na cerimônia.

O presidente do INSS citou, entre as bases de dados que serão consultadas, a renovação da carteira de identidade ou do passaporte, o registro de votação e a transferência de imóvel ou veículo.

O Ministério do Trabalho informou que também serão consultados registros de vacinação e de consultas no Sistema Único de Saúde (SUS), emissão de carteira de motoristas e aquisição ou renovação de empréstimo consignado, entre outros dados.

Veja abaixo as situações que vão servir como prova de vida:

  1. emissão ou renovação de passaporte;

  2. emissão ou renovação da carteira de identidade;

  3. emissão ou renovação de carteira de motorista;

  4. voto em eleição;

  5. transferência de imóvel;

  6. transferência de veículo;

  7. registros de vacinação;

  8. registro de consultas no SUS;

  9. operação na iniciativa privada;

— Nós faremos a busca dessas bases, tanto no governo federal, estadual e municipal, e também em entidades privadas.

De acordo com o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, as bases de dados privadas utilizadas serão de bancos, redes varejistas e universidades. Essa verificação ocorrerá a cada dez meses.

— O INSS tem a obrigação, a partir de hoje, de correr bases de dados públicas e privadas para poder encontrar a prova de que a pessoa está viva — disse Lorenzoni, após a cerimônia.

Segundo o Ministério do Trabalho, o INSS tem até o dia 31 de dezembro para implementar as mudanças necessárias para cumprimento da portaria. Até essa data, o bloqueio de pagamento pela falta da comprovação de vida está suspenso.

Biometria em casa

Caso o governo não encontre um “movimento” do cidadão, uma equipe irá até a casa do beneficiário para realizar a prova de vida. Essa operação será feita por meio de parcerias, uma delas com os Correios, segundo Oliveira.

— Se nós não encontramos um movimento do cidadão em uma dessas bases, mesmo assim o cidadão não vai precisar sair de casa para fazer a prova de vida. O INSS proverá meios, com parcerias que fará, para que essa entidade parceira vá na residência e faça a captura biométrica na porta do segurado.

De acordo com o ministro do Trabalho, a regra agora é que as pessoas não pode ser “removidas” da sua residência.

— No passado, a regra era mover os quase 36 milhões. A regra a partir de agora é só ir quando a gente não acha. Então, isso estreita muito. E com a determinação tanto do ministério quanto do INSS de que a pessoa não poder ser removida da sua residência. O órgão que tem que ir lá, seja através de instituições conveniadas ou seja através de nossa força de servidores do INSS — disse Lorenzoni.

Para Bolsonaro, forçar idosos a fazer prova de vida presencialmente era uma “desumanidade”.

— Pegar uma pessoa dessas, botar em uma van, em um carro de táxi, para fazer uma prova de vida é um ato de desumanidade — disse, acrescentando: — Não precisa disso. Parabéns a todos do INSS.

Fonte: O Globo

Diretoria Executiva da CONTEC

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